Petrônio Gontijo

Edição especial!

Petrônio Gontijo

Créditos

Foto: @ropaganelli
Direção criativa: @marcoantonioferrazoficial
Produção de moda: @lulubyttencourt
Arte: @douglasamorimofc
Assessoria: @viracomunicacao
Editor-chefe: @ronaldorobim

Entrevista...

1- Sua interpretação de Edir Macedo nos filmes “Nada a Perder” foi muito elogiada. Como foi o processo de preparação para viver esse papel desafiador?

Foi um processo intenso, de três meses, de uma trinca entre o meu preparador, Luiz Mário Vicente, e o diretor do filme, o Alexandre Avancine. Essa trinca se reunia todo dia e foram horas de aprofundamento em fazer cinema e, ao mesmo tempo, compor o personagem. A princípio, nós não queríamos fazer uma simples imitação do Bispo. Adoro os atores que fazem imitação, eu acho fantástico, mas a gente achava que uma imitação ali, no caso, ficaria superficial e a gente queria fazer um processo, viver um processo mais profundo e entregar um resultado em que eu pudesse captar todas as características que eu conseguisse do bispo, mas que passasse pelo meu filtro pessoal. Então o resultado acabou sendo um híbrido entre eu, minha vivência, minha impressão do personagem do bispo, e ao mesmo tempo as características objetivas dele. Pra isso eu vivi ali um processo de compreensão de fazer cinema com o Luiz Mario Vicente que inesquecível, que me fez crescer muito, melhorar muito como ator. e ao mesmo tempo um trabalho de observação intenso. Eu me lembro que eu dormia com… eu disse que eu ia assistir tudo que tinha dele no YouTube e não consegui, porque é muita coisa, é muita coisa. Mas eu dormia com o headphone, com a voz dele, pra conseguir captar o tipo de intenção, de timbre que ele usa e ao mesmo tempo eu não queria imitar a voz dele, eu queria ser-lo de alguma forma então como eu disse, era um processo híbrido, entre eu, ele e as situações em que vivíamos no filme, todas as situações que ele passou. Para isso, fizemos muitos laboratórios e, particularmente, eu passei três meses observando a personalidade dele em todo o material que eu consegui. Foram horas de caracterização, todos os dias, divididas com horas de trabalho cênico. Mas só começamos a saber qual era realmente o resultado quando começamos a filmar. E, além de tudo, era um personagem que ia ali dos vinte e… dos trinta e poucos anos até a idade atual. Pra isso eu tinha que ter uma consciência da passagem de tempo, do amadurecimento do personagem diante das questões pessoais dele. Eu teria que estar no domínio, na compreensão de tudo isso, porque em cinema a gente filma muitas vezes sem o tempo cronológico nas mãos. Mas no próprio filme, nós conseguimos, a produção do filme maravilhosamente conseguiu que a gente seguisse o tempo cronológico do filme, conseguimos fazer com que eu filmasse mais ou menos de acordo com o amadurecimento do personagem. Então isso foi uma novidade, isso não acontece muito em cinema, mas nós conseguimos fazer isso e isso me ajudou demais no processo do amadurecimento dele. A gente conseguiu uma certa ordem cronológica que me ajudou demais. Agora, a composição física dele, corporal, foi um processo mais difícil para mim. Eu tinha que trazer tudo o que eu conseguisse dele. Eu usei algumas próteses, eu fui raspando a minha cabeça devagar, até… e o personagem ia se modificando, e o personagem ia se transformando. Dos 30 anos, mais ou menos, até a idade atual. Foi um processo muito bonito, muito difícil, que eu digo, no sentido de não entregar uma imitação e sim um híbrido entre ele e eu. O resultado ficou mais visceral, mais orgânico e trouxe o que eu mais esperava, que era a simpatia das pessoas que o conhecem e que aprovaram o resultado, sem fazermos uma imitação. Quando a gente começa um processo assim, é um tiro no escuro, a gente não sabe que resultado vai ter. E essa é uma das maravilhas do trabalho do ator.

2- Ao longo de sua carreira, você participou de produções na televisão, no cinema e no teatro. Existe alguma dessas áreas em que você se sente mais à vontade ou que prefira atuar?

Não, não existe. Não existe a minha área de preferência. Eu sou de teatro, eu faço teatro desde pequeno, fiz teatro amador na minha cidade em Varginha, depois prestei vestibular para Unicamp, para teatro aos 17 anos, passei, fiquei 5 anos na Unicamp, então a minha base, a minha casa é o palco, é o teatro. Mas comigo veio tudo misturado. Logo depois que eu me formei em artes cênicas, em teatro, eu fui fazer novela. Eu fui fazer Salomé, minha primeira novela, na TV Globo. E era um personagem grande, era o protagonista da novela. E ali eu amarrei uma paixão imensa pelos estúdios, pelas câmeras, pela dificuldade de uma pessoa que nunca tinha entrado num estúdio encarar um personagem do tamanho que foi o Duda, o personagem, meu primeiro personagem em TV. E ali eu aprendi na marra a fazer TV, com o diretor Herval Rossano, e ali eu entendi que era um outro processo completamente diferente o da televisão, em que a gente tem textos enormes para decorar e muitas vezes de um dia para o outro. Eu tinha que acionar em mim um outro movimento que era diferente do movimento artesanal que é o teatro. E isso foi me dando material para aprender a trabalhar em vários veículos. Muito tempo depois veio o cinema, quando eu fiz “Memórias postumás de Brás Cubas”, que era uma outra coisa, diferente das duas primeiras, que no cinema às vezes você passa uma tarde para fazer um take e esse take tem que, na hora da edição, se juntar à sequência do filme e ter coerência emocional. E tudo isso foi abrindo portas, caminhos de compreensão do trabalho do ator. Eu sou apaixonado pelo trabalho de estúdio, de câmera, e sou um que fez muito teatro em São Paulo, que foi a minha grande vontade desde o começo, era me exercitar no palco. Isso eu consegui fazer por longos anos e eu acho que também foi isso que me deu estrutura para tudo o que eu fiz em TV e no cinema também. O teatro é minha base.

3- Quais foram os maiores desafios que você enfrentou como ator até agora? Há alguma experiência em particular que tenha sido significativamente marcante para você?

Vários desafios, resposta número 3, foram vários desafios. Um dos dois maiores desafios em cinema foram os dois personagens que eu fiz, o Brás Cubas, que eu tinha que dividir com o Reginaldo Faria o personagem e eu tinha que ser o Reginaldo, o Reginaldo tinha que ser eu. E isso… eu tive que me aproximar… eram processos que eu só fui compreendendo e vivendo e que eu nunca tinha vivido disso. Então, eu e o Reginaldo tínhamos que estar muito alinhados, muito… próximos para que isso fosse verossímil. E foi, e acredito que foi, no filme Memórias Próximas. Outro foi o próprio Bispo, o Edir, a composição dele teria que ser verossímil, ao mesmo tempo passar pelo meu filtro, meu filtro particular, para que não se tornasse uma imitação, que não era a proposta do filme. Poderia ser, mas não era. E o meu primeiro personagem em TV, também, o Duda de Salomé, me trouxe muita dificuldade, exatamente por encarar a TV da forma que ela é.Estudando, decorando de um dia para o outro textos enormes, isso gera no ator uma certa instabilidade, uma dificuldade por você muitas vezes não estar com o texto dominado pela rapidez que é fazer televisão. Eu lembro que me assustou demais e eu não tinha experiência para fazer isso. Então eu digo que aprendi a fazer na marra. E um personagem que eu me lembro em teatro que foi um grande desafio, era um papel muito difícil na época em que, isso foi mais ou menos 97, uma peça que falava HIV, AIDS, e era um assunto muito delicado para ser tratado em teatro, com muitas pessoas morrendo, com muitas pessoas encerrando a sua vida de uma forma abrupta, devido a essa essa doença, um tema que ainda era muito delicado de se levar ao palco, era uma peça que chamava Algo em Comum, do Harvey Fierstein, e nós fizemos um espetáculo muito delicado profunda e tocante. Eu dividi o palco com a Clarisse Abujamra, direção do Márcio Aurelio, e foi um espetáculo que me trouxe uma compreensão mais profunda do ser humano e o público, que é o maior interesse do ator, né, porque o ator é um comunicador, o público aceitou o espetáculo e se comoveu com a situação dos personagens ali. E quando acontece essa comunicação e se passa por um processo tão difícil, um assunto tão delicado se tocar, quando a comunicação acontece, a mágica do teatro acontece, que é a comunicação. Eu me lembro dessas dificuldades que nós passamos devido ao que estava acontecendo no mundo e essa coragem de tocar no assunto de uma forma clara e de uma forma clara e profunda nos emocionava muito, nos emocionava tanto a mim quanto a Clarisse Abujamra, a gente saía do nosso camarim no final do espetáculo e tinha um alvoroço das pessoas que assistiam. E aí o teatro cumpriu a sua função de fazer pensar, de emocionar e os abraços que eu recebia no final desse espetáculo foram inesquecíveis para mim.

4- Além de atuar, você também é conhecido por seu envolvimento em projetos sociais. Pode nos contar um pouco mais sobre o trabalho que você realiza nessa área?

Eu acredito, resposta número 4, eu acredito que em primeiro lugar o trabalho seja, o meu trabalho seja de alguma forma um trabalho social, porque a gente trabalha com emoção, esclarecimentos, comunicação, principalmente, e ajudar as pessoas a refletirem, a se emocionarem, a rirem, a saírem do teatro transformadas, mexidas, modificadas. Então, meu trabalho já é um trabalho social, acredito eu. Agora, quanto às empreitadas de trabalhos sociais, eu não gosto muito de falar, porque eu acredito no anonimato nesse tipo de trabalho. Eu sei que ele deve ser divulgado, que as coisas devem ser divulgadas para alimentarem outras pessoas que têm vontade de fazer isso. Mas acredito também no silêncio com esse tipo de trabalho, porque eu acho que ele deve ser feito assim, ele deve ser feito de uma forma em que o trabalho venha sempre na frente e não a divulgação dele. O ator deve ficar, a pessoa que faz o trabalho social, eu acredito que deve ficar por trás do trabalho. Em primeiro lugar, vem o trabalho social. É isso. Para que não seja confundido, sabe? Para que não seja… para que nenhum tipo de vaidade sobreponha, ou de auto divulgação sobreponha o que é mais importante, que é o trabalho social. E isso também deixa a pessoa que está fazendo o trabalho social mais solto, mais leve, mais entregue ao que deve ser feito.

5- Quais são seus critérios ao escolher um papel para interpretar? Existe algum tipo de personagem que você tenha mais interesse em explorar?

Que pergunta legal. Eu vou até ler de novo. Os critérios para escolher um papel, não há critério algum, é o papel me tocar e eu achar que ele seja importante para a sociedade de alguma forma. Mas é o papel me tocar e falar, esse personagem me acrescenta, esse personagem me emociona, esse personagem me faz querer fazer, querer ser amigo dele, querer me aproximar dele, de alguma forma.E minha vida tem sido marcada por desafios e convites inusitados, personagens inusitados. Eu tenho gostado que seja assim. Eu gosto de, a princípio, não escolher o personagem antes que ele me escolha. A minha vida tem sido assim, eu aprendi a viver assim, com atuar. A continuação da pergunta, que é se tem algum personagem que eu tenha interesse em explorar, olha, como os personagens para mim têm sido inusitados, o que me interessa é o que eu ainda não fiz, caminhar por onde ainda não frequentei. E isso me interessa demais, mais que o próprio personagem. Eu nunca tive, na verdade, personagens que me chegaram, sabe? A maioria deles eu não esperava.Esperava que fossem personagens que me fizessem crescer como pessoa, como ator e tudo mais. Mas não tem nenhum critério. Eu gosto muito de drama, tragédia, comédia. Eu não acredito que existe algum tipo de gênero que seja mais importante que o outro. E tanto o drama quanto a comédia são muito difíceis. A comédia exige um time do ator muito preciso. E o drama também. Então, me interessa o ser humano. Me interessa, como diz o Plinio Marcos: “Ser irmão do homem. Rir todos os risos e chorar todos os prantos.”É isso que o Plinio fala e desde o começo do meu primeiro personagem em teatro profissional, que foi o Tonho de Dois Perdidos numa Noite Suja, o Plinio Marcos escreveu isso, essa frase que eu falei no programa da peça e ela tem me guiado. O que me interessa é ser irmão do homem. Rir todos os rios e chorar todos os prantos. Agora, essa pergunta é tão legal. É isso o que mais me toca. Eu vou fazer um personagem… Contradizendo isso, tudo que eu disse. Tem um personagem desde da minha infância que eu leio, que eu sou filho de professora de literatura, então eu tive muito contato com literatura desde da minha adolescência e eu vou fazer, um personagem que é da minha próxima peça de teatro, vou fazer o Garçã do Entre Quatro Paredes, do Sartre.E esse personagem sempre habitou o meu imaginário e agora vou ter a oportunidade de fazê-lo.

6- Como você vê a evolução da indústria do entretenimento no Brasil ao longo dos anos? Quais mudanças você acha mais significativas e positivas?

Acho todas as mudanças qualitativas e cíclicas, e de acordo com o momento que nós estamos vivendo, não só no Brasil, mas no mundo. O papel do artista é muito importante para a sociedade, e acho que a maior mudança que que eu gostaria de ver é o reconhecimento dessa importância da arte na educação das pessoas. Isso, muitas vezes, ainda não é bem assimilado e compreendido por uma parte parte da população. E eu espero que cada vez mais essa mudança de perspectiva possa acontecer.

7- Você teve a oportunidade de interpretar figuras reais, como Edir Macedo. Existe algum outro personagem histórico ou contemporâneo que você tenha o desejo de retratar nas telas?

Existem muitos personagens que eu gostaria de fazer, dos mais variados tipos. E eu espero essa variedade, personagens que possam continuar abrindo o leque da compreensão da alma do ser humano. Isso me interessa muito mais que personagens que existam ou fictícios. Não existe nenhum específico. Embora todos sejam desejados por mim.As nossas particularidades humanas são muito vastas, há muito terreno para explorar e para conhecer. E eu espero continuar nessa busca, nessa busca de ampliar esse leque de trabalho e de compreensão.

8- Qual é a importância, na sua opinião, do entretenimento e da arte na sociedade contemporânea? Como você vê o papel do artista em relação à sociedade?

O ator, o artista é um arauto, é uma pessoa que enxerga a realidade e deixa a realidade passar pelo seu filtro pessoal e depois expressar. Então, importância de quem trabalha com isso, para mim é de primeira importância, pois ajuda o ser humano, o público, o espectador que é tudo que interessa, a pessoa que vê a comunicação. Todo artista é um comunidador, de ideias, de emoções, de sentimentos. E por isso, quando esse tipo de comunicação encontra um interlocutor, encontra uma pessoa que se identifica com isso, a comunicação está estabelecida. E dizem que quado duas pessoas se comunicam, algo de muito melhor e de muito bonito para a sociedade acontece. Então é de suma importância o artista cuidar desse filtro que ele é, cuidar desse elemento catalizado da realidade para que a comunicação seja profícua, para que a comunicação seja algo que melhore a sociedade, que ajude as pessoas a pensarem, a se emocionarem, a rirem, a se identificarem.Então para isso existem vários métodos que são estudados, existem várias possibilidades que o artista precisa estudar, precisa conhecer, cuidar desse filtro que ele é, como eu disse, através do, as vezes, duro contato com a realidade, através de leitura, através de muito estudo. A importância, como eu disse, também é de primeiro grau, de suma importância, porque na comunicação mora a melhor essência do homem. Eu acredito muito, eu acredito mais do que existe entre, do que existe dentro. Eu acho que a grande mágica é quando a gente consegue conviver com o que acontece entre. Assim as pessoas conseguem de alguma forma serem mais humanitárias, darem as mãos e reconhecer que sozinho ninguém consegue muita coisa. Que o grande barato é estar junto.

9- Além de atuar, você já demonstrou interesse em outras áreas criativas, como a música e a dança. Como esses interesses influenciam ou complementam sua atuação?

Eu aprendi desde cedo na faculdade, quando eu fiz na Unicamp artes cênicas, aprendi desde cedo que as artes se completam, a dança, a música, as artes plásticas. E aprendi também tentar me experimentar em todos os campos, ver onde eu tenho mais condições de expressão e a partir daí tentar fazer o meu trabalho. Sempre que vem um novo desafio, como cantar, há pouco tempo eu tive que cantar, sempre para mim é uma novidade, é um novo estímulo. Existem no artista, às vezes, muito mais possibilidades do que ele imagina, como a pintura, como a literatura e muitas coisas mais. Então eu sempre busquei me exercitar em outros campos também, para descobrir assim qual é a minha praia.E isso é muito importante porque você também amplia o seu leque de possibilidades.

10- Quais são seus projetos futuros na carreira artística? Há algum projeto específico ou tipo de personagem que você tenha o desejo de explorar no futuro próximo?

Ah, como eu… resposta número 10. Como eu contei pra vocês, eu vou fazer uma peça que é um sonho muito antigo. A gente falou aqui de personagens, de sonhos. Esse texto já circulava pela minha casa desde a minha adolescência e esses personagens já frequentavam o meu universo imaginário há muito tempo. E agora eu estou tendo a oportunidade, através de uma adaptação genial, uma adaptação de bolso genial do Elias Andreato, para fazer, “Entre Quatro Paredes”, em francês, “Huis clos” do Jean-Paul Sartre. Eu e Elias passamos muito tempo na minha casa lendo toda semana textos para chegar no que a gente queria dizer, para encontrar algo que realmente a gente queria comunicar. E um dia o Elias me contou que tinha essa adaptação do espetáculo do Sartre, que foi escrito num pós-guerra na França. Nós lemos a adaptação dele e foi contundente. No mesmo momento, eu disse pra Elias, é isso que a gente vai fazer, achamos. E a partir daí foi facílimo escalar o elenco, duas atrizes que tanto Elias quanto eu tínhamos muita vontade de trabalhar, que é Lavínia Pannunzio e Vera Zimmermann para os papéis, e contamos com o luxuoso auxílio da “Morente Forte”, da Célia e da Selma pra produzir esse espetáculo pra gente. Então juntamos uma turma incrível, uma turma que se deseja, sonha em trabalhar junto há muito tempo pra fazer o “Entre Quatro Paredes” do Sartre, que é uma peça que fala sobre os infernos pessoais, as dificuldades de cada um em conseguir uma melhor qualidade de vida e a dificuldade que todos nós temos de nos desapegar das adversidades, nos desapegar do que nos faz mal.O espetáculo vai estrear em 2024 em São Paulo e pretendemos viajar ao Brasil e também ganhar o mundo. Há muito tempo já esse projeto existe, já faz uns quatro anos que a gente decidiu fazer esse espetáculo e tanto Elias como eu decidimos que agora é a hora.

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